3.11.06

O Asno de Buridan

Ouvi falar pela primeira vez desse asno no site Primeira Leitura, escrito pelo Reinaldo Azevedo. Já esse Jean Buridan foi um importante filósofo medieval.

Ademais, encontrei no sítio Wikipédia a seguinte citação:

"O paradoxo conhecido como o asno de Buridan não foi originado pelo próprio Buridan. É encontrado na obra De Caelo, de Aristóteles, onde o autor pergunta como um cão diante de duas refeições igualmente tentadoras poderia racionalmente escolher entre elas.

Buridan em nenhum momento discute este problema específico mas sua relevância é que ele defende um determinismo moral pelo qual, salvo por ignorância ou impedimento, um ser humano diante de cursos alternativos de ação deve sempre escolher o maior bem. Buridan defendia que a escolha devia ser adiada até que se tivesse mais informação sobre o resultado de cada ação possível. Escritores posteriores satirizaram este ponto de vista imaginando um burro que, diante de dois montes de feno igualmente acessíveis e apetitosos, deveria deter-se enquanto pondera por uma decisão."

Ora, ora, esse asno/burro poderia até morrer de fome diante dos dois montes de feno tal a sua contundente indecisão.

Pois bem, mutatis mutandis(fazendo as devidas mudanças), há pessoas que são muito indecisas. Esperam em demasia para fazer a melhor escolha. Esperam encontrar uma vantagem para a escolha final. Mas a vantagem não aparece...

Essa questão filosófica é muito interessante pois, todo dia, tomamos várias decisões e às vezes precisamos ser rápidos. E a demora pode até trazer o perecimento de um ou ambos objetos.

Aliás, destaco dois ditados(brocardos) pertinentes a essa questão filosófica:

"Mais vale um pássaro na mão do que dois voando."

"Quem muito escolhe, acaba sendo escolhido."

E o Reinaldo Azevedo citou o asno na época da escolha do candidato do PSDB à Presidência da República(Alckmin ou Serra). Havia muita demora e indecisão. Na verdade, esse paradoxo do asno é de uso diário.

Sendo pragmático (o pragmatismo é filosofia norte-americana em que algo é verdadeiro enquanto dá certo!), posso asseverar que se os dois objetos parecem iguais, escolho rapidamente um.

Talvez o leitor já tenha passado pela situação em que viu dois lugares para sentar, demorou muito a escolher e acabou ficando de pé!

Do que foi exposto nesse recanto digital, só posso desejar ao amigo leitor que se lembre sempre do asno de Buridan nas tomadas de decisões.

4 comentários:

Léa Tavora disse...

A história do asno de Buridan nos era contada por meu avô, portanto há duas geraçoes. Ele dizia que um homem estava acostumando um asno a viver sem comer, mas queixava-se que quando estava perto de atingir seu objetivo, o asno morria. Seria uma outra versão do mesmo asno indeciso?

Luiz Soares disse...

Fernando Pessoa também cita este paradoxo no livro Barão de Teive a educação do estóico

pastor gentil disse...

Ao ler seu blog.Uma rápida olhado. Meu espirito dá uma boa crescida ...




continue, continue...

Anônimo disse...

Vejo que o blog esta abandonado, mas decidi colocar meu comentario para o caso de outro, assim como eu, cair nessa página.
Reli a historia ontem, depois de muito tempo, mas a leitura me trouxe outra reflexão. Não seria seu objetivo nos fazer parar e refletir sobre a busca CEGA por tomar atitudes puramente racionais?
Talvez uma crítica ao desenvolvimento da sociedade e de algumas ciencias que defendem um pragmatismo burramente insistente e teimoso.
Não sei se sou uma sardinha fora do cardume, mas o texto me faz pensar se realmente é racional seguir a risca todas as regras que cada um impõe a si mesmo, mais especificamente quando a regra imposta é justamente agir de forma racional.